Dissidentes sexuais e de gênero e a ditadura civil-militar brasileira: entre a memória política e as memórias cotidianas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.26851/RUCP.31.1.2

Palabras clave:

memória LGBT, ditadura civil-militar brasileira, homossexualidades, LGBT

Resumen

Iniciado com uma breve retomada do contexto histórico e legislativo que marca as dificuldades da constituição da Comissão Nacional da Verdade (CNV) no Brasil, o artigo recupera concisamente a articulação da temática «Ditadura e Homossexualidades»na CNV. Reconhecendo a importância dessa memória política em construção, o artigo se propõe a dialogar com esse campo a partir de duas reflexões principais: a) a crítica da escolha do termo «homossexualidades» como significante para se referir à totalidade de identidades e expressões de gênero e de sexualidade dissidentes perseguidas politicamente no período; b) na esteira das discussões sobre o uso do conceito de resistência nas histórias/memórias da ditadura civil-militar brasileira, refletir sobre outros comportamentos e relacionamentos dos dissidentes sexuais e de gênero com a ditadura, com foco no que foi lembrado por seis testemunhos.

 

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Publicado

2022-06-10

Cómo citar

Dissidentes sexuais e de gênero e a ditadura civil-militar brasileira: entre a memória política e as memórias cotidianas. (2022). Revista Uruguaya De Ciencia Política, 31(1), 25-53. https://doi.org/10.26851/RUCP.31.1.2